segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

"Não podendo falar para toda a terra / direi um segredo a um só ouvido"*



Entrar na Poetria é provavelmente perder-se nos 12 metros quadrados mais encantados do Porto. Num cantinho discreto das Galerias Lumière, assenta a paixão avassaladora pelo teatro e pela poesia. Ali mesmo às portas do Teatro Carlos Alberto, são sobretudo os da área (encenadores, estudantes de teatro,...) que visitam a Poetria e que a sabem de cor. Mas a Poetria está lá para toda a gente, com um brilho nos olhos de quem por ela dá a cara e a insuflar sonhos aos que por lá passam.


Entrei e cuidadosamente meti conversa, remetendo para os cabazes (compostos por moleskines, sabonetes, marcadores de livros, poemas,...) que a Poetria vai lançar todos os meses de 2012. Rapidamente percebi que na calha estão mais projectos. Como aquele de mandar entregar livros de poesia a casa das gentes, como se de bouquets de flores se tratassem. O cartão a acompanhar, esse irá em modo de diseur, humano, a trautear palavras bonitas.


Para descrever a Poetria, no entanto, não são precisas palavras bonitas, nem escolhidas com  muito lustre ou ostentação. Basta-lhe a sua simplicidade, a simplicidade só possível aos que amam aquilo de que falam. 10 minutos passados lá dentro e percebe-se o segredo de tudo o que lá mora: amor. Um segredo que não deve ser dito apenas a um ouvido. A Poetria merece ser partilhada com toda a terra.

*Luiza Neto Jorge

Sem comentários: